domingo, 5 de janeiro de 2020

05.01.2020 - A luta pela sobrevivência dos desiguais


 

 

 

A mídia deste final de semana dá destaque para mais um conflito entre moradores de rua e que resultou no assassinato, aqui na Ilha, de mais um filho da desigualdade, condição essa que vem alimentando as estatísticas dos níveis de pobreza, aliás, há muitos anos, distante dos debates, enfrentamentos e intolerância ideológicas, limitados que estão todos eles a padrões de  conveniência política partidária.

 

Poderia sem preconceito algum, em defesa do princípio da igualdade, defender que, tal como os protegidos indígenas, a situação deveria se aproveitar aos manezinhos, filhos da terra que, delimitando território e controlando o acesso ao seu paraíso, poderiam resgatar os valores da qualidade da sua identidade laboral, cultural e ambiental e que os diferencia dos demais Estados.


Todavia, longe desses devaneios, tenho que essa questão dos moradores de rua está ficando cada vez mais crítica na nossa querida Ilha.

 

Florianópolis não é a solução para a correção desta triste realidade brasileira.

 

A municipalidade e seu povo não são os responsáveis por essa realidade nacional, tampouco destinatários da reparação dela decorrente.

 

Prefeituras pagando passagens para o vai vem entre paragens; os ativistas defensores da ocupação da Praça XV pelos excluídos, sem necessidade de chek out; entidades assistenciais alimentando ‘in loco’, com o café da manhã, almoço e janta essa população de rua, estimulando esse confortável estado de viver e outros incentivos, contrapondo o esforço municipal de enfrentamento dessas desigualdades, faz de Florianópolis o paraíso de todos os andarilhos da vida, de rua ou não.

 

Que não seja essa vergonhosa situação, confesso desejo ideológico de muitos, a nova vocação turística que defendemos.

 

Assim como o libertário Coreto e a Praça são patrimônio também do povo, a cidade merece mais respeito dos que acolhe com tanta generosidade.

 

Respeito ao próximo se retribui com igual respeito, até em homenagem da livre e democrática convivência entre todos.

 

Não alimente com peixes - ensine a pescar.


Sem protagonismos, que instituições filantrópicas e o poder público sejam parceiros dessa mudança.






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